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FUTURISTIC LOVER (1)

por Dady, em 15.04.11

 "you're so hipnotising

could you be the devil, could you be an angel?"

 

            As estrelas brilhavam pequenas e seguras, até um aglomerado de luzinhas andar às voltas e descer pelo ar, como se descesse por uma corda, lenta e cuidadosamente. Pó levantou-se, árvores balançaram, animais guincharam sobressaltados; a Natureza perdeu o equilíbrio durante instantes.

            Miriam inclinou a cabeça e andou até à origem da nuvem de pó, quase por cima da sua cabeça.

            Estava cada vez mais perto. Ouviu alguém tossir e escondeu-se o mais que conseguiu. Cerrou os olhos como tentativa de focar a imagem.

            — Porque é que parámos aqui? Não sei se reparaste, mas estamos demasiado perto da cidade! – gritou uma voz masculina com um sotaque muito carregado, de onde quer que fosse.

            Miriam gemeu para si e escondeu-se mais, ficando só com os olhos a brilhar. Estremeceu, vendo um vulto alto e magro, que se mantinha com uma postura diferente do habitual.

            — Pára de refilar e ajuda-me. – reclamou um rapaz mais alto que o outro, com os ombros mais largos e o tronco mais preenchido. – Ficámos sem combustível…

            — E agora?! Oh meu Deus, estamos condenados! – via-se a expressão aterrorizada nas suas palavras.

            – Tem calma, isto resolve-se. – tentou apaziguá-lo.   

            De repente, as luzes que caíram do céu apagaram-se e Miriam não conseguiu travar um grito de filme de terror.

            — Oh, não acredito… agora também ficámos sem bateria. - bufou e começou a subir as escadas para entrar na sala de energia.

            — Espera! Não ouviste nada? – começou a andar em direcção à fonte sonora.  

            Parou, pois o mais alto travara-o com um braço à frente do seu corpo.

            — Eu vou. Ainda gritas que nem um maluco por causa de um rato. – riu-se e avançou.

            — Hei! – lançou, ofendido.

            A respiração de Miriam estava acelerada e com um volume significativo.

            — Chiu! – fez o rapaz que se aproximava ao outro.

            Afastou uns arbustos, olhou em redor e cheirou o perfume de Miriam. Virou-se e lá estava ela: imóvel, ofegante e temerosa. Ela mexeu apenas os olhos, que fitaram os dele. Eram luminosos como duas lanternas de um verde fluorescente. Era como se o seu verde a hipnotizasse, tomasse controlo de si, daí Miriam permanecer imóvel. Continuou a olhá-lo como se se tratasse de uma ilusão, um sonho.

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publicado às 19:40

Tudo aqui presente é da autoria de Dália Rodrigues. Plágio é crime. Just sayin'...


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