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O porto de abrigo, em tempos seguro, transforma-se num ponto de fuga e remamos todos para atracar no mesmo fim. A felicidade? O desespero? A morte, certamente, e quem está certo não mente.
Uma morte solitária (ou solidária) entre um sorriso e uma lágrima. Porque a perda da paragem cansa o espírito e a carruagem. Porque nos desviamos, quiçá, da rota predestinada. Porque voamos de nós e afogamo-nos fora do mundo e da alma.
A respiração pára. O coração desfruta do seu último fôlego. O corpo cai. A paz armada e ferida jaz.
O amor só nos salva quando ainda resta salvação (ou não). O amor só dá vida quando a morte rasga a mente.
A introspecção só nos responde quando a pergunta fica para trás. Esta só se atravessa à nossa frente quando a vida nos satisfaz, quando temos já a resposta no bolso.
E se fugir deste ponto de fuga? E se encontrar uma fonte segura e confiável fora das linhas rectas e restritas do destino? Naquele espaço branco, cheio de diferenças sorridentes, desgostos carinhosos e sonhos que te dão a mão, sem te conhecer, e te levam até ti…?
E se… há outro caminho?
E se me transformar em ti, em algo seguro?
E se eu me metamorfosear contigo, meu porto de abrigo, e fugirmos os dois, para o nada invisível que só tu e eu vemos?